O projeto ALARMTOX, 'Ensaios e biosensores para a deteção de biotoxinas de meios aquáticos', conseguiu, após dois anos e meio de trabalho, realizar com êxito as ações programadas, conseguindo desenvolver ferramentas biotecnológicas para a detecção de toxinas em meios aquáticos. Em todo este tempo, o consórcio do projeto, formado por quatro beneficiários de Espanha e França e liderado por o Institut de Recerca i Tecnologia Agroalimentàries (IRTA) (ES), investigou, desenvolveu e validou biosensores que, mediante a detecção de ficotoxinas, ajudam a garantir a qualidade das águas continentais e proporcionar bivalves seguros para o consumo humano.
Em concreto, realizou-se uma série de atividades de investigação que se mencionam a seguir. O Centre Régional d'Innovation et de Transfert de Technologie (CRITT) Bio-Industries del Institut National des Sciences Appliquées (INSA) de Toulouse e o grupo IMAGES (antes BIOMEM) da Universidade de Perpignan-Via Domitia (UPVD) produziram proteínas fosfatases recombinantes, a partir de técnicas de engenharia genética. Estas enzimas resultaram ser estáveis e sensíveis para a determinação de dois tipos de toxinas: as microcistinas (toxinas cianobacterianas presentes na água doce) e o ácido ocadáico e derivados (toxinas lipofílicas diarreicas presentes no marisco). Por outro lado, a UPVD e o Institut de Recerca i Tecnologia Agroalimentàries (IRTA), adstrito ao Departamento de Agricultura de la Generalitat de Cataluña, desenvolveram ensaios colorimétricos e biosensores electroquímicos baseados na inibição das referidas enzimas por parte das toxinas.
O conjunto destas ferramentas de análise foi utilizado para a detecção de distintas variantes de microcistinas tanto em amostras de florações naturais de microalgas e águas de represas da região SUDOE, como em amostras de cultivos de microalgas de água doce produtoras de toxinas. Assim mesmo, também se aplicou a análise de ácido ocadáico e derivados em marisco (principalmente mexilhão) e em cultivos de microalgas marinas produtoras de toxinas.
Para validar estes testes, os resultados das análises foram comparados com os obtidos através de técnicas de cromatografia combinada com a espectrometria de massas, realizados pelo Instituto de Diagnóstico Ambiental e Estudos da Água (IDAEA-CSIC) (ES), no caso das microcistinas, e pelo IRTA, para o ácido ocadáico e derivados. O projeto Alarmtox contou igualmente com a participação de colaboradores externos que forneceram amostras de análise, procedentes de diferentes regiões do Espaço SUDOE, bem como de peritos para a assessoria em diferentes tarefas realizadas durante o desenvolvimento do projeto.
Os resultados do projeto foram divulgados a diferentes agentes implicados na gestão das águas e dos bivalves, como instituições públicas relacionadas com a saúde pública e a segurança alimentar, empresas de teste de diagnóstico de toxinas, bem como produtores de marisco das zonas implicadas, tendo-se suscitado em todos eles bastante interesse pela informação fornecida. Foram igualmente realizadas atividades de formação a estudantes em áreas correspondentes a novas competências tecnológicas, incrementando-se assim a sua competitividade.
Finalmente, esta colaboração internacional, fruto do projeto, tornou possível o estabelecimento de uma rede dinâmica de cooperação que empreenderá, no futuro, novos projeto de investigação, desenvolvimento e inovação na temática das toxinas dos meios aquáticos. Graças ao projeto ALARMTOX, a administração pública, as empresas e a sociedade do SUDOE, poderão dispor de ferramentas biotecnológicas inovadoras que permitem assegurar a qualidade das águas continentais e dos produtos da aquicultura. Desta forma, demonstra-se também a capacidade biotecnológica do SUDOE, no campo da nanotecnologia e da síntese de enzimas para biosensores.
Para mais informações:
- Ficha do projecto ALARMTOX
- Página Internet do proyecto ALARMTOX